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SEGREDO 2 - Percepção

2.1 O espaço

2.2 O observador

2.3 O objeto

2.4 O formato

2.5 Relatividade

2.6 Dimensão

Percepção

    A maneira como o observador vê o mundo deriva de seu aparato sensorial por onde ele capta as informações e processa em seu cérebro. A realidade é diferente da realidade percebida. Como assim? Explico. Um objeto existente no mundo tem suas medidas diferentes das medidas representadas na imagem visualizada pelo observador. Tomemos uma mesa quadrada por exemplo: A distância entre suas pernas são iguais, mas, ao ser representada numa imagem percebida por um determinado observador, as distância serão diferentes. Por que isso ocorre? Por causa da forma como os olhos funcionam.

2.1. O espaço

    O Espaço é vazio, e é infinito. É aqui que todas as batalhas de um artista serão travadas e vencidas!  Só podemos percebê-lo com a presença de algum objeto(informação) que, ao deslocar-se em três direções distintas, nos dá a noção de que é formado por três dimensões: LARGURA, ALTURA, PROFUNDIDADE. 

O objeto, por sua vez, é a delimitação de parte desse espaço.

    Como podemos notar na ilustração, existe o espaço que está em volta do observador e o espaço delimitado que forma cada objeto.

    Parece complexo, mas é possível compreender.

O espaço que se estende em volta do observador é um espaço fixo em relação ao mesmo. Ao passo que o espaço delimitado que está no objeto é independente; pode se movimentar. Por isso os objetos podem mudar de posição o tempo todo em relação ao observador.

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    Na ilustração acima podemos ver um esquema básico de como o espaço é representado em relação ao observado/câmera. A câmera representa o observador.

Stop Motion

  Para compreender, vamos fazer uma comparação entre o desenhista e um artista que faz filmes de Stop-motion. O desenhista faz uma simulação do mundo existente, como quem tira uma fotografia. Da mesma maneira, o artista de Stop-motion, tem como resultado do seu trabalho, uma série de fotografias que, ao serem colocadas em sequência darão origem a um filme. O que nos interessa nessa comparação é que, o artista de Stop-motion para realizar seu trabalho, precisa construir todos os objetos presentes na cena. Para o desenhista é a mesma coisa, este precisará construir cada objeto necessário à realização do seu desenho. Porque a atividade do artista de stop-motion é construir e posicionar objetos.

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2.2 Observador

Na ilustração podemos ver como o espaço e o observador são peças chave para o desenhista na compreensão e criação de objetos e cenas.

Em resumo, para o Desenhista só existem três coisas:

 

OBSERVADOR(CÂMERA), ESPAÇO(FORMATO) E OBJETOS. Ou ainda, DESENHISTA, PAPEL  E  DESENHO.

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2.3 O objeto

O objeto é a unidade básica  formadora do desenho. Assim como a célula dá origem a qualquer parte do corpo humano, o objeto servirá para criar tudo que se vê no desenho, desde a mais simples à mais complexa estrutura.

O objeto é apenas uma delimitação de parte do espaço e possui características importantes.

 

Características do objeto:

 

1. Tem sempre três dimensões: Largura, Altura e Profundidade.

2. Está sempre em perspectiva.

3. Tem sempre tamanho, posição e orientação no espaço. 

4. Tem sempre frente, trás, laterais, topo e fundo.

5. Pode ser algo muito simples, mas pode fazer parte de composições complexas.

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2.4 O formato

Por ser o espaço infinito, o observador precisa escolher uma janela, uma delimitação do que observa, senão, seria obrigado a desenhar o mundo em 360 graus.

Quando desenhamos estamos sempre representando a visão de um potencial observador, logo, sua visão tem limites na altura e largura. Daí a necessidade de definição de um formato.

A primeira decisão a ser tomada é a escolha do Formato/recorte, pois é dentro do formato que o artista cria o “layout”, a composição de sua obra.

Dessa forma (para o desenhista) o espaço deixa de ser infinito e torna-se finito ao ser delimitado pelo formato.

Note que o formato delimita altura e largura. O FORMATO é definido pela mídia/meio(de comunicação) a ser usado. Ex: Retrato(portrait), paisagem(landscape); Ilustração(revista, jornal, livro, Tv, cinema etc); HQ(capa e os vários formatos dos quadros das páginas internas).

O formato é a área do universo que o artista decide mostrar, e é dentro dele que o artista codifica toda informação que decide comunicar.

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2.4 Dimensão

Dimensão:

 

Extensão mensurável simples. Algo que pode ser medido, por exemplo o comprimento, a largura ou a profundidade de um objeto.

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Como vimos, o DESENHO é uma composição bidimensional constituída por linhas, pontos e formas. É o resultado obtido pelo desenhista ao lançar mão de um PROCESSO.

Vejamos o significado desses conceitos:

Composição:

 

É formada por um ou mais elementos/objetos, dispostos sobre um suporte (papel/mídia), de forma planejada e intencional pelo desenhista.

 

Bidimencional: 

 

Que possui duas dimensões.  Indica que os elementos da composição estão dispostos sobre um plano: Largura e altura. Esse plano é representado pela folha de papel(suporte ou mídia).

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O universo é 3D - Compreendendo um mundo com três dimensões 

 

Compreender as três dimensões é imprescindível para quem quer criar seus próprios desenhos. Isso significa que você deve compreender as três dimensões para desenhar eficientemente.

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Zero dimensão

 

Para compreendermos vamos imaginar um mundo com 0(zero) dimensão. É apenas um ponto infinitamente pequeno, inexistente e imensurável, por isso se chama zero. Vamos citar apenas para termos um ponto de partida, a partir do qual nascerão todas as três dimensões.

Gosto de pensar que este é o ponto onde tudo começa; onde o lápis toca o papel.

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Uma dimensão

 

Um mundo com uma dimensão é formado por infinitos pontos colocados lado a lado  numa direção formando uma linha mensurável(quadro 1). 

Uma dimensão tem, portanto, comprimento e podemos atribuir valores em qualquer unidade de medida. É um mundo “unidimensional”. Aqui só é possível ir para um lado ou para o outro, como um trem numa linha férrea.

É importante notar que não se trata de curva e sim, de uma linha reta, pois uma curva possui duas dimensões e se enquadra no exemplo a seguir.

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​​Duas dimensões

 

Mais evoluído, o mundo com duas dimensões já permite criar imagens, pois possui altura e largura. É formado por uma superfície plana. Pode ser medido como uma área. É bidimensional, assim como o papel no qual desenhamos. É possível o deslocamento em qualquer direção sobre esse plano, tal qual uma aranha andando sobre a mesa.

Apesar de ser bidimensional, é nesse plano que os desenhistas criam representações do mundo que veremos a seguir, o tridimensional. Talvez esse seja o maior paradigma para os artistas: Representar um mundo 3D num plano.

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Três dimensões

 

Este é o mundo em que vivemos e que conhecemos tão bem. Todos os objetos existentes aqui podem ser medidos e percebidos em sua largura, altura e profundidade.

É o mundo mais complexo que a percepção humana pode alcançar através dos sentidos. É o mundo tridimensional.

Aqui é possível saltitar em qualquer direção, como um pássaro que voa pelo espaço.

Lembre-se: Qualquer desenho, que pretenda representar o mundo real, terá que representar suas três dimensões.

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É com a delimitação do espaço que o artista cria os objetos - 0, 1, 2, 3 dimensões; dão formato ao espaço dentro e fora dos objetos.

 

Como um avião da esquadrilha da fumaça, o desenhista delimita cada dimensão do desenho. Assim é possível criar planos, prismas etc, para a confecção de qualquer desenho.

Perpendiculares

 

As três dimensões possuem uma característica muito importante, que ajuda a nos orientar no deslocamento pelo espaço. ELAS ESTÃO A 90º (NOVENTA GRAUS) umas em relação às outras, ou seja, são perpendiculares.

Como isso nos ajuda?

Ajuda porque depois que o desenhista cria a primeira dimensão, basta girar 90 graus para outra direção e saberá que está indo para os lados, para cima, para baixo, para trás ou para frente. Esse entendimento permite ao artista criar o desenho de qualquer objeto.

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Orientação

 

Para se deslocar pelo espaço é necessário que você saiba onde está, para que possa saber para onde está indo. Esse é um princípio de orientação.

Ao conhecer as três dimensões e saber que são perpendiculares, fica fácil deslocar-se pelo espaço.

Como é possível saber onde estamos no espaço? É simples. Vamos comparar com o mundo real. Para sabermos onde estamos no planeta, necessitamos de pontos de referência. Por exemplo, para uma pessoa saber em que cidade está, precisa buscar lugares conhecidos como monumentos, parques, prédios, rodovias etc. Quando na cidade precisamos saber o endereço etc. 

Desenhar é a mesma coisa, já que estamos nos deslocando no espaço, precisamos saber onde estamos para saber para onde ir. Compreender isso é indispensável para que o desenhista evolua e consiga construir qualquer objeto dentro da cena.

 

O mergulho na “Matrix” (Movendo-se pelo espaço)  

 

É claro que quando traçamos linhas com um lápis sobre o papel estamos sempre deslocando esse lápis em duas dimensões, verticalmente ou horizontalmente porque estamos considerando a posição relativa às bordas do papel em si, que formam um plano. Mas para simularmos a terceira dimensão é preciso esquecer o papel e imaginarmos o espaço como algo tridimensional. É preciso mergulhar na “Matrix”. A percepção espacial que o desenhista precisa ter é o passo mais importante da nossa jornada, sem o qual jamais compreenderemos os desenhos.

 

Como isso é possível?

 

Vamos começar adotando outros pontos de referência. Vamos parar de adotar apenas o papel como referência e vamos adotar as relações do objeto como pontos de referência(Veja “Relações do objeto” no capítulo “Segredo 2 - Objeto”).

Como por exemplo no desenho abaixo, se eu vou do ponto A ao ponto B, em relação ao papel eu estou deslocando o lápis verticalmente, mas para o objeto(relação “Objeto->Objeto”) que estou desenhando, o lápis está indo no sentido da profundidade. Portanto, neste exemplo, foi importante adotarmos um referencial relativo ao objeto desenhado e não mais relativo ao plano do papel(Relação: “Objeto->Espaço”).

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